terça-feira, 6 de maio de 2008

Raimundo Célio Pedreira




Raimundo Célio Pedreira é um portuense que passou a infância margeando o Rio Tocantins a observar as vivências de uma cidade que nasceu decorrente do rio. Menino forjado poeta na brisa que subia do Rio Tocantins para as ruas portuenses, fez da indignação pela morte das margens do "rio-lago" a força criativa de uma literatura que ecoa a voz do homem e da natureza impactados. Força criativa semelhante o influenciam as cenas, ausências e sutilezas do cotidiano, perceptíveis apenas ao homem sensível e atento às transformações do lugar - ou do espírito do lugar - em que se vive, como explica Célio Pedreira.Menino ainda, ao inventar uma viagem imaginária para uma redação de férias, outrora comuns nas escolas, percebeu que a história inventada era mais importante que a história real a contar. Mais tarde, descobriria que não estava inventando nada, mas reencontrando o universo criativo que já trazia dos tempos pretéritos.Leitor de Hermann Hesse e Kahlil Gilbran na infância estudantil no colégio das freiras, durante a faculdade de medicina e farmácia-bioquímica, em Minas Gerais, se faz leitor de Carlos Drummond e Vinícius de Morais, uma fase em que participa do movimento literário Tempoesia no sul mineiro.Ao retornar a Porto Nacional para exercer a medicina retoma amizades da infância, reencontra a cidade e os cidadãos. Mas é um ambiente transformado pela modernidade que a criação do Estado trouxe. Mutações que não passam despercebidas diante do seu observar aguçado e fino. Esse reencontro com as origens o levou a criar, com amigos, a ONG Pote de barro em defesa do revigoramento da cultura e do homem do cerrado. É pela Pote de Barro que o poeta e o grupo de amigos, em seu braço cultural publicam as composições musicais e poesias do grupo. O primeiro livro é PORTA, de Célio Pedreira, indicado para o vestibular da Universidade do Tocantins. Para editar o livro, Célio precisou filtrar a seleção entre mais de 400 poemas, alguns escrito ainda na adolescência, quando os versos do poeta Pedro Tierra o despertaram para o universo literário.Após a venda de cerca de 2 mil exemplares do primeiro livro, lançou um livreto em parceira com Elizeu Lira contendo um poema e uma canção sobre a catedral de Porto Nacional e prefácio de Dom Pedro Casaldáliga. Em 2005, publicou uma coletânea de composições da vertente musical da ONG, a banda Mestre André. Célio tem mais dois livro prontos. Porto Transversal, em que o poeta atravessa a cidade com poemas sobre lugares e ruas da cidade e Impulso em que transporta para a literatura a vivência de médico ao dar outros sentidos a termos médicos como Anamnésia, Climatério entre outros. Um de seus poemas, Uso Interno (expressão que acompanha o receituário médico), deu a Célio a quinta colocação do primeiro Concurso Nacional de Poesia da Academia Tocantinense de Letras em 2006.Mas é pela internet que Célio se fez e se faz conhecido e lido. Amiúde, o poeta dispara de sua residência em Porto Nacional as mensagens poéticas que lhe adicionam um leitor a cada semana. A rede o levou a publicar poemas em um e-book sobre Ilusão, a ser entrevistado pelo site VerOpoema e a publicar poesias em páginas de congressos de sua área de atuação. Na internet ele também participa de grupos que trocam poesias entre os membros de listas de e-mails.